Sintomas do Coronavírus, a principal pergunta à assistente virtual “Carina”

O chatbot gratuito responde perguntas básicas, e também especializadas, sobre o Coronavírus. Está disponível em um micro site da Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB) “Em rede contra o Covid-19”. Entrevistamos a equipe por trás da iniciativa.

Sintomas do Coronavírus, a principal pergunta à assistente virtual “Carina”
Carina, o chatbot que resolve dúvidas sobre coronavírus

O que é o Coronavírus, a quem afeta, como me contagio? Estas são algumas das perguntas que os cidadãos realizam e que “Carina “ responde, uma assistente conversacional baseada em inteligência artificial (chatbot).

“Carina” foi desenvolvida pela equipe de One Billion Bot, uma empresa espanhola liderada pelo empreendedor e catedrático Andrés Pedreño, quem ofereceu a tecnologia para ser utilizada nos principais portais de informação pública.

“O objetivo é ajudar os serviços oficiais de informação, incluídos os centros sanitários, para que não colapsem e, desta maneira, possam se dedicar a resolver casos mais complexos”, diz Pedreño ao Somos Iberoamérica.

O chatbot, que está disponível no micro site “Em rede contra o Covid-19” da Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB), tem uma taxa de resposta de 91,61% e cada dia melhora sua capacidade de esclarecer os temas que inquietam numerosos seres humanos: contágio, sintomas, prevenção, tratamento e outras dúvidas relacionadas com a pandemia.

 

O que é que mais preocupa sobre o Coronavírus?

Quando a pandemia se inicia em um território ou país determinado, os sintomas constituem a maior preocupação: representa 39,2 % do total de perguntas.

preguntas coronavirus
As 7 principais perguntas para chatbot sobre coronavírus

 

À medida que passam os dias, as consultas mudam. Por exemplo, após duas semanas da chegada da pandemia ao país, as consultas sobre o que é o Coronavírus e sobre como se proteger diminuem.

“Isto talvez possa significar que temos uma população mais bem informada. No entanto, outras questões como o seguimento do número de contagiados se mostram como uma inquietação em alta”, explica o presidente de One Billion Bot.

“Carina” extrai sua informação de fontes oficiais como a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Ministério de Saúde da Espanha, os Centros para o Controle e Prevenção de Enfermidades dos Estados Unidos (CDC) e artigos científicos. Adicionalmente, a informação se enriquece com artigos da imprensa que são previamente contrastados.

“Foi muito útil poder dispor de informação, via SEGIB, das Agências Nacionais do Medicamento da Ibero-América. Estamos em condições também de estudar e adaptar informação específica de cada país frente a suas necessidades particulares”, acrescenta Pedreño.

Segundo os dados recolhidos pela ferramenta, o país que inicialmente recebia mais consultas era a Espanha. Posteriormente se somaram países como a Colômbia, o México e a Argentina. “A Colômbia agora representa praticamente 30 por cento das consultas”, assegura Pedreño.

 

Lições aprendidas

A equipe que desenvolveu o chatbot teve de enfrentar vários desafios. Um deles era contar com informação confiável, em um contexto de início e avanço da pandemia, e perante o bombardeio de notícias falsas.

Para isso se recorreu às fontes oficiais, além de verificar toda a informação que nutre a “Carina”.

Outro dos desafios foi o tom da linguagem utilizada. “Devemos considerar que falamos de situações pessoais que podem ser delicadas (problemas econômicos, perda de empregos, entre outros). Por isso, o tom conversacional do chatbot deve gerar confiança”, explica o catedrático.

E agrega: “Ao respeito, foi de grande ajuda receber indicações dos departamentos de psicologia universitários, especializados nestes temas”.

 

Por quê “Carina”?

Segundo Pedreño, um chatbot feminino gera até 30% mais de interações.

Sua equipe buscava um nome “que se associasse em positivo”. “Tentamos que fosse fácil de recordar e amigável. Finalmente escolhemos Carina, que significa: a que irradia paz, amor e muita sinceridade, especifica.

Os chatbots se alimentam dos dados para funcionar e para melhorar sua capacidade de resposta, mas ao mesmo tempo a cidadania necessita confiar no uso eficiente da informação.

“Quando facilitamos dados, fazemo-lo sobre estatísticas anonimizadas e agregadas sobre as quais nunca se poderiam inferir dados individualizados”, esclarece Pedreño.

A assistente virtual está disponível para entidades públicas e organizações que queiram inseri-la em suas webs ou serviços de informação geral.

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